domingo, 27 de março de 2011

Escrevi este texto para um trabalho de Literatura, sobre Romantismo. Só esclarecendo que não sou boa com estórias de amor, minha especialidade não é essa.

Resolvi escrever uma adaptação de O Morro dos Ventos Uivantes (Emilly Brontë) porque o foco da estória se encaixava com o assunto do trabalho. Admito, peguei só umas pequenas partes das orelhas do livro, porque era necessário.

Eu indico o livro - apesar de muitas pessoas acharem a linguagem difícil/antiga, até porque é de 1849...

É isso aí!

" Eu estava sentado sobre uma pedra quando ouvi passos vindos em minha direção, virei e deparei-me com uma Catherine crescida, uma mulher. Seu vestido branco esvoaçava por causa do vento. Levantei subitamente, com o coração nas mãos, e encarei-a. Seu olhar ainda era determinado e rebelde, entretanto, pude notar uma ponta de felicidade em seus olhos ao me ver.


- Recebi o recado que mandastes Ellen me entregar. O que queres de mim, Heathcliff?


- Você. – respondi determinado.


Cathy engoliu em seco, mas tentou rir sarcástica.


- Depois de tanto tempo? Como podes me pedir isso, seu infeliz?! Tu me abandonaste!


- Eu fui embora porque você iria casar-se com aquele desgraçado de Edgar! Eu não poderia vê-la amando outro!


- Tu sabes melhor do que ninguém que ele nunca fora o homem que eu amara! Apenas me casei para substituir o vazio que tu me causaste! O vazio que ainda perdura e insiste em não me abandonar! – Cathy pausou para enxugar as lágrimas que haviam lhe manchado o rosto e continuou. - Não sei como explicar, mas certamente que tu e todos têm a noção de que existe, ou deveria existir, um outro eu para além de nós próprios. Para que serviria eu ter sido criada tão bem, se apenas me resumisse a isto? Os meus grandes desgostos foram os teus desgostos, e eu acompanhei e senti cada um deles desde o início; é você que me mantém viva até hoje! Se tudo o mais desaparecesse e você ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo o mais ficasse e você fosse aniquilado, o universo se tornaria para mim uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer.


Segurei seus braços com força e desatei a falar também.


- Se olho para as lajes da minha casa, vejo nelas gravadas as suas feições! Em cada nuvem, em cada árvore, na escuridão da noite, refletida de dia em cada objeto, por toda a parte eu vejo a sua imagem! Nos rostos mais vulgares de homens e de mulheres, até as minhas feições me enganam com a semelhança. O mundo inteiro é uma terrível coleção de testemunhos de que eu te perdi para sempre. – soltei-a.


- Heathcliff... – começou ela.


- Já chega. Eu não deveria tê-la chamado aqui. Nosso amor nos faz mal. – dei-lhe às costas e comecei a caminhar.


- HEATHCLIFF! – ouvi-a gritar, virei para olhá-la mais uma vez, mas era tarde demais. Cathy havia começado a correr para longe e eu podia ouvir seus soluços desesperados.


***


Havia se passado uma semana desde então e as notícias chegaram aos meus ouvidos: Cathy havia tido mais um de seus surtos e fugira de casa. Procurei-a por todos os cantos, mas não obtive bons resultados. Quando subi o primeiro degrau da escada que levava para a entrada da minha casa, pude encontrar o que eu estava procurando. Cathy estava deitada ao lado da porta, olhando para o teto, respirando com dificuldade. Tomei-a em meus braços e pude sentir que ela tremia por causa do frio que a chuva causava. Tirei uma mecha do seu cabelo negro que estava sobre seu rosto pálido.


- Cathy...


Ela sorriu e tocou minha face. Lágrimas me vieram aos olhos.


- Cathy, irei levá-la para dentro!


- Espere... Deixe-me dizer uma coisa antes de eu partir.


- Do que você está falando?


- Só ouça. – Cathy tossiu e algumas gotas de sangue mancharam sua camisola. – Meu amor por você, Heathcliff, é como uma rocha eterna. – ela olhou para o teto. – Eu sou Heathcliff. – disse, e voltou seu olhar para mim mais uma vez. Inclinou-se um pouco para cima e tocou meus lábios com os seus. – Eu SOU você. – dizendo isso, fechou os olhos e dormiu um sono profundo.


Um sono eterno do qual eu não fazia mais parte. "




Olá, pessoas! Criei isto aqui (com a ajuda da baixinha fofa Ana Luiza, mais precisamente Naluiza - pode-se dizer que o blog é mais dela do que meu porque foi ela quem ajeitou tudo por aqui por eu não ser boa com este tipo de coisa. Enfim!) só para postar meus textos que não saem do computador. Entretanto, se você quiser ver seu texto também por aqui, avise-me. Eu ficaria muito grata se você contribuísse com os seus neurônios de escritor, aham, aham. Então, chega de rodeios e vamos ao que interessa. Boa leitura!